sábado, 29 de maio de 2010

f.


Não suportar a própria realidade, a própria cor, a própria dor.
A ponto de deixar-se rouco, tosco, pouco.
Não suportar o próprio desejo, o próprio receio, o próprio transtorno.
A ponto de achar-se outro, achar ter outro, poder ser outro.
Destruir-se todo.

3 comentários:


  1. Ô, mineira.


    Chegar nesse estágio é não suportar tudo, não suportar nada. E aí, quando isso acontece, o melhor a fazer é reinventar: o sorriso, as cores, o banho de chuva, as noites loucas, os porres inesquecíveis, os amores ingratos e intensos, a vida.
    Suporte o outro em sua própria carne, inteiro, porque aí você vai saber e entender o que é ser puro e todo. Quando você não aguentar mais nada e, ainda assim, querer o outro em si.
    Destrua cada noite no dia seguinte e aguarde as novas luas que virão!

    (Saudadinha de passar por aqui, viu.)

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  2. Tem horas que simplesmente a mente não consegue mais distinguir o eu do outro.

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