terça-feira, 18 de outubro de 2011

versos mudos

O céu cinza e o amargo dentro.
Ela, tentava afastar todas aquelas lembranças confusas.
Ele, fazia confusão com seu perfume e sua fumaça.
Eles não iriam mais se encontrar pela vida, não daquele jeito.
Era tudo uma questão de escolha. Não dessas de ser feliz para sempre.
Daquelas de amarrar tudo e guardar no quartinho da bagunça.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

dos para sempre.


Para sempre é hoje, foi até ontem, pode ser 1 minuto e até nunca mais.
Nem sempre quer medir tempo. Para sempre, mede intensidade, vontade, loucura, saudade.
Ouça bem, meu bem, quando digo que te quero para sempre, quero dizer tantas outras coisas que seu medo infantil não te deixa ouvir.
Olhe para mim agora e enxergue todos os para sempre nas linhas do meu rosto, nas rugas dos meus lábios, nos fios dos meus cabelos. Há tantos para sempre aqui, e tantos outros que ainda virão..
Para sempre é ter paixão no momento, é eternizar na memória, é não ter medo do amanhã. Ou ter.
Ter medo do para sempre é sobriedade demais para mim, meu caro.  É não se entregar de olhos vendados, é querer manter os pés no chão quando estás prestes a levitar.
Dizer para sempre não é colocar alianças nos dedos e um filho no ventre.
Para sempre é a dimensão da magia, da alegria, do bem querer.
Ter medo do que já está vivendo é bobagem demais para mim. Para sempre pode ser pouco demais.
Afinal, como já cataram lindamente por ai.. "o para sempre, sempre acaba".

h.


Pobre cidade cinza ensolarada
Pobre menina feita de poeira e dor.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

de ódio.



Ninguém faz amor só com amor. É preciso ter certa raiva de precisar tanto daquele cheiro para ser feliz. É preciso um odiozinho no coração, porque quando o desgraçado sorri, o mundo inteiro fala mais baixinho para não atrapalhar a cena principal.

(Tati Bernardi)
*Eu adoro o jeito dela de falar de amor!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

s;


É não querer nunca mais acordar sem tua companhia.
É deitar no teu abraço e ter a certeza de que ninguém lá fora sabe, de fato, o que é felicidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

y.


Faltava-lhe tudo, só o sono não cessava.
Apagara a lamparina do pensamento, sopraram-lhe poeira pra dar e vender.
Sobre os ombros um piano, sem nenhuma nota musical.
Os dias eram quentes e secos, o sol ardia a pele, as núvens não traziam água.
Distante, o silêncio insistia e as noites desafiavam.
Tinha azul dentro dos olhos e verde no coração.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

M.



Eu já te pintei de verde, e chamei de esperança.
E sonhei com a felicidade de ter você morando aqui, pertinho da minha casa.
Sonhei com conversas de calçadas e chinelos. Com domingos macios. Com companhia pro café.
Te escrevi pra apertar os laços recém feitos de amizade. E ainda pra acariciar seu coração com aqueles textos dos nossos blogs preferidos.
Então, enfim, te escrevo meu amigo..escrevo com o coração apertado, apertadíssimo.
Pego seu pedacinho que tá aqui no bolso e seguro forte, com as duas mãos. E me sinto uma adolescente por ainda sofrer com mudanças da vida.
Mas te escrevo, escrevo porque preciso que você saiba o tamanho da minha admiração, do meu afeto e do meu amor.
E hoje, te pinto de todas as cores e guardo na caixinha mais preciosa, que é pra não gastar.
Fico aqui, do alto do norte, te segurando, com as duas mãos. E rezando baixinho á noite pra que tudo dê certo. 
E quando vc vier, pode até ser que já não existam cafés ou baldinhos, mas eu vou estar bem aqui, pra gente fazer samba e alegria no coraçao.
- Sorte!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

1*


A grama era verde, o pensamento reticências.
Pensava insistentemente se existia gente daquele jeito, gente com saudade de ser só.
Sentir-se só. Deixar-se só.
A solidão nunca a assombrara, nunca.
Ironicamente sempre foi uma boa companhia de fins de tarde, 
de restos de domingos, de goles de cervejas e cafés.
Uma solidão bem-humorada, divertida e com cores em tons pastéis.
Calma, assim, singular mesmo.
Pensou de novo se em algum lugar havia de existir alguém assim.
E então, sentiu-se só, enfim.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

s;


 Sabe, um fim-de-tarde de outono sopra coisas que nem o coração desvenda, faz cada raio de sol cobrir tudo de dourado, arrasta toda poeirinha flutuante pra dentro da gente e amarra os sorrisos com laços de cetim.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

j ;


Dedicou algumas horas do dia pensando nele, aquele ser que para ela não passava de uma sombra no pensamento, sim, um ser. Sem pré definições.
Ele era como um ídolo incógnito, um mestre oblíquo, um amigo desconhecido. 
Um alguém esquecido na tarde quente de um domingo. E que talvez precise, mas que não quer ser lembrado.
Sempre Jiraya.

sábado, 29 de janeiro de 2011

agridoce.


El(e) é quase tudo o que sonhei
E eu sou quase aquilo que sempre evitei
(pato fú)


É que eu sempre soube o que fazer, segura ou não. Sóbria ou não.
E agora eu só quero virar-me pelo avesso. Que você me vire pelo avesso.
Bagunce meu cabelo,  tire-me o senso do ridículo,  a noção do tempo, o sabor da cerveja.
Não me deixe dormir, ou durma comigo até 5 da tarde.
Faça-me ver um filme do tipo que odeio.
Beije-me ao som de um metal até o amanhecer.
Coloque mostarda na minha comida, plante milho no quintal.
Deixe-me assim tosca, boba.
Passional.
Tire-me o ar, só me faça sentir, não me faça pensar.