sábado, 24 de julho de 2010

sem lenço, sem documento


Um sono que não passa.
Um sonho que não chega.
O ar que não cessa.
O vento que não cai.
Uma sede que não sente.
Um medo que ofende.
 Uma apatia que motiva.
Um desprezo que alivia.
Nem dor, nem amor.
Sem cor.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

eu me dissolvo.


 Arrancou dois punhados de sorrisos e um de bem-querer.
Jogou pro alto e correu.
Correu muito, sem olhar para trás, sem deixar rastro de perfume nem segurar forte nas mãos.
Os olhos nem piscaram, as lágrimas nem caíram, o tempo não parou.
Dissolveu-se então. antes do fim.


terça-feira, 6 de julho de 2010

- presente)



Abra uma caixa de giz cera.
Notará doze, talvez vinte e quatro cores – separadas em bastão.
Note mais a fundo e perceberá que possui todas essas cores em você.
Multiplique elas e as verá em seus olhos e por detrás de suas pernas.
Tem todas as cores e és interminável.
Tem o pesado coração mas é infinito.
Ama, portanto, desenhando-me.

(por Matheus D'ávila, especialmente para o 'na janeLa.'.)