sábado, 7 de agosto de 2010

(sentir)


É que eu sei o cheiro do vento, do tempo, do fim de tarde, da madrugada. 
O cheiro da ausência, da distância, da discrepância, da nitidez.
Sei do riso, do aperto, do abraço, do brinde, do gole, da confusão.
Da flor, do frio, e da melodia.
Sei do cheiro da grama.
Da chuva.
Do beijo.
Da lágrima.
Da dor.
Do café.
Do desprezo.
Da cor dos cabelos.
Do que não usa, do que não tem.
Sei o cheiro do que mata, do que alucina, do que encanta.
Da rouquidão, da inexatidão, da compulsão.
O cheiro do sol, eu não sei.
Sei do cheiro verde daquele perfume,
e sei do cheiro estrelado que ele deixa aqui dentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário